O Reino Unido está colocando em prática o seu plano de instalação de uma usina solar no espaço.

De acordo com o Space, mais de 50 organizações de tecnologia britânicas, incluindo a fabricante aeroespacial Airbus, a Universidade de Cambridge e a fabricante de satélites SSTL, aderiram à Iniciativa de Energia Espacial do país, que pretende construir uma estação para captar energia solar no espaço.

No projeto é apontado que a transmissão de eletricidade do espaço utilizando o sol poderá ajudar a nação a atingir sua meta de zerar todas as emissões de fases do efeito estufa até o ano de 2050, e vem sendo considerada por muitos especialistas como uma tecnologia eficaz para a obtenção e utilização de fontes renováveis de energia.

O tabloide obteve as informações durante uma participação na Toward a Space Enabled Net-Zero Earth, realizada em Londres. Presente no evento, Martin Soltau, presidente da iniciativa, afirmou que toda a tecnologia necessária para desenvolver uma usina solar no espaço já existe e foi aprovado.

O estudo concluiu que isso é tecnicamente viável e não requer nenhum avanço nas leis da física, novos materiais ou tecnologia de componentes.

Martin Soltau, sobre o trabalho baseado em um levantamento de engenharia realizado pela consultoria Frazer-Nash, e encomendado pelo governo do Reino Unido em 2021.

Também presente na conferência, Andrew Ross Wilson, pesquisador de Engenharia Aeroespacial da Universidade de Strathclyde, na Escócia, concordou que uma estação de usina solar no espaço baseada no projeto é bastante realista e viável, que afirmou:

O conceito existe desde a década de 1960. Mas precisamos tentar analisar a reciclagem em órbita para realmente ir em direção a uma economia mais circular.

Andrew Ross Wilson, acrescentando que os desafios para fazer o projeto funcionar são os mesmos que qualquer outro grande projeto em andamento com uma estrutura tão grande quanto o da usina solar no espaço

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Conceito modular

Também de acordo com Soltau, o plano de desenvolvimento para a construção da usina solar no espaço é de até doze anos — período na qual já poderá ser vista uma usina de demonstração, montada por robôs em órbita, além de também conseguir irradiar gigawatts de energia do espaço para a Terra, entre outros.

As principais funções do satélite são coletar a energia solar por meio de espelhos grandes e leves e concentrar a energia em células fotovoltaicas, assim como fazemos na terra.

Eles produzem eletricidade de corrente contínua, que é então convertida em micro-ondas por meio de amplificadores de potência de radiofrequência de estado sólido e transmitida em um feixe de micro-ondas coerente para à terra.

Martin Soltau, sobre o projeto intitulado CASSIOPeiA (Constant Aperture, Solid-State, Integrated, Orbital Phased Array ou “Abertura Constante, Estado Sólido, Integrado, Matriz Orbital Faseada”, em tradução livre), desenvolvido pela empresa de engenharia britânica International Electric Company.

De acordo os demais pesquisadores envolvidos no projeto, o CASSIOPeiA produziria muito mais eletricidade do que qualquer usina solar terrestre de tamanho semelhante. Durante uma demonstração, a equipe comparou um painel solar colocado no Reino Unido e outro idêntico instalado no espaço. Os resultados apontaram que o painel espacial colheira treze vezes mais energia.

Além disso, outra grande vantagem da usina solar no espaço seria a impossibilidade de sofrer com problemas de intermitência, responsáveis por afetar grande parte da geração de energia renovável na Terra.

Para receber a energia do espaço, o sistema, então, prenderia uma antena gigante na Terra, chamada rectenna. Esse aparelho receberia a radiação de micro-ondas enviadas do espaço e seria responsável por sua conversão em eletricidade de corrente contínua, usada para transmissão de alta tensão.

Isso é muito grande, mas no contexto do Reino Unido, ocuparia apenas cerca de 40% da área de uma fazenda solar equivalente.

Martin Soltau, sobre a viabilização do projeto.

Os estudos indicam que a estrutura funcionaria como uma rede aberta de antenas de 7 por 13 quilômetros de tamanho.

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