Dois grandes players do setor elétrico brasileiro, a Comerc e a Casa dos Ventos, estão explorando ativamente soluções para eletrificar a indústria do país, ficando atentos aos incentivos à industrialização e à tributação do carbono no mercado europeu.

Setor elétrico, caldeiras, energia renovável e descarbonização

Uma das suas abordagens estratégicas passa pela substituição das caldeiras tradicionais, atualmente alimentadas a gás natural e outros combustíveis fósseis, por caldeiras elétricas. Esta mudança reduz significativamente as emissões de carbono para as indústrias.

Segundo Marcel Haratz, Presidente da Comerc Eficiência, a eletrificação é inegavelmente um dos caminhos para uma menor pegada de carbono. A ideia é oferecer isso como um serviço ao setor elétrico: alugar caldeiras elétricas e fornecer energia renovável, resultando em vapor 100% renovável e descarbonização substancial.

A utilização de caldeiras elétricas já é economicamente competitiva nas regiões Sudeste e Sul, em comparação às caldeiras a gás natural, segundo apuração da empresa. Além disso, estão a considerar a possibilidade de ganhar créditos de carbono ou evitar a tributação do carbono, particularmente em resposta ao Mecanismo de Ajustamento das Fronteiras de Carbono (CBAM) da União Europeia.

O executivo acredita que as indústrias envolvidas na exportação adotarão rapidamente a eletrificação, uma vez que esta ajuda a reduzir a potencial tributação do CO₂ no futuro.

Isto é particularmente relevante com a introdução do CBAM, o plano da UE para precificar as emissões de carbono associadas às importações, abrangendo produtos como ferro, aço, cimento, fertilizantes, alumínio, hidrogênio e eletricidade.

Impulsionando a indústria brasileira

Itamar Lessa, Diretor Comercial da Casa dos Ventos, compartilha da visão de que o CBAM é um divisor de águas e que as características de emissões do Brasil proporcionam uma vantagem competitiva natural.

A Casa dos Ventos trabalha ativamente em soluções para descarbonizar atividades industriais, como mineração e produção de aço. Lessa acredita que a eletrificação no processamento mineral pré-exportação, como a produção de ferro briquetado a quente (HBI), pode desempenhar um papel fundamental no impulso à indústria nacional brasileira.

O Plano Plurianual (PPA) do Brasil para 2024-2027, submetido ao Congresso Nacional, enfatiza a neoindustrialização como prioridade, destinando R$ 900 bilhões em quatro anos para esse programa. O objetivo geral é aumentar a inovação, a produtividade e a competitividade durante a transição para uma economia verde.

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As expectativas também incluem políticas públicas relacionadas à transição ecológica no plano futuro, conforme proposto pelo Ministério das Finanças, como a expansão das emissões de títulos soberanos sustentáveis.

No início deste ano, a empresa anunciou uma joint venture com a francesa TotalEnergies, avaliada em R$ 12,6 bilhões, para expansão em novas áreas como hidrogênio, amônia e energia eólica offshore.

A Casa dos Ventos também possui pré-contrato com o Complexo Portuário do Pecém (CIPP), no Ceará, para implantação de uma unidade de produção de hidrogênio verde e amônia. O projeto, em parceria com a Comerc Eficiência, tem início de operação previsto para 2026.

Fonte: EPBR

Sobre a Solfácil

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