A tecnologia para gerar energia solar se faz cada vez mais presente em todo o mundo. Suas vantagens são tantas que atraem cada vez mais pessoas interessadas, e além disso suas inovações são contínuas.
O painel solar flexível é um excelente exemplo de como essa tecnologia está em constante aperfeiçoamento. Essa novidade é a última palavra em tecnologia fotovoltaica. Confira no artigo a seguir tudo sobre o painel solar flexível.
Como o painel solar flexível funciona?
Os módulos fotovoltaicos tradicionais são utilizados há mais de 15 anos na indústria solar, e sua estrutura e funcionamento já são bem conhecidos por quem se interessa por esse assunto. Já os painéis solares flexíveis são uma nova categoria no setor, por isso ainda estão na sua fase inicial de aplicação. Ainda assim, são uma novidade com potencial para revolucionar o mercado de energia solar.
Uma das suas principais e mais vantajosas características é por ser um item leve e versátil, o que possibilita que sejam portáteis. Podem ser enrolados e dobrados, o que significa uma grande inovação no setor de energia solar, já que os painéis convencionais não podem ser submetidos a esse tipo de manuseio devido a sua rigidez.
Comparando os painéis solares flexíveis com os painéis convencionais e rígidos, é possível notar que há propriedades diferentes entre eles. Os flexíveis podem ser úteis em muitas situações e ambientes diversos.
Por serem portáteis, podem ser usados em movimento, como em carros de alimentos (food trucks), trailers, automóveis em geral e até mesmo em barcos! Nesse caso, os painéis flexíveis podem ajudar na redução da demanda de energia do motor do barco, otimizando baterias para manter equipamentos como luzes e GPS em funcionamento.
Além disso, também podem ser utilizados para carregar baterias solares com mais facilidade, inclusive em lugares remotos. São úteis principalmente para quem gosta de aventuras na natureza, como expedições, caminhadas, ciclismo, escalada, etc., para carregar celulares, esquentar panelas e líquidos em geral.
Sua utilidade convencional também não fica atrás: são excelentes enquanto sistemas fotovoltaicos off-grid, facilmente aplicáveis para casas e apartamentos. Como é uma tecnologia muito recente, pode ser incorporada em novos produtos de consumo de energia solar.
A sua flexibilidade a torna também mais resistentes em comparação aos painéis solares emoldurados. No entanto, quando comparados aos painéis feitos à base de silício, os modelos flexíveis têm uma menor eficiência, o que pode ser relevado em função das suas muitas vantagens e possibilidades.
É possível encontrar esses painéis em uma grande variedade de tamanhos, que atendem a todo tipo de necessidade. São uma fonte de energia confiável, limpa e eficiente, apta para uma grande variedade de aplicações.
Oferecendo tanta versatilidade, os painéis solares flexíveis provavelmente serão uma grande tendência durante os próximos anos no mercado de energia solar. Quer saber como eles são fabricados? Dá uma olhada no próximo tópico.
Como o painel é fabricado?
Os painéis flexíveis são fabricados com materiais e processos de mais alta qualidade, entregando, portanto, uma eficiência considerável.
Esse tipo de painel é elaborado por meio da tecnologia de fotovoltaico orgânico (OPV), com células fotovoltaicas que são impressas sobre um filme plástico. Em sua composição, essas células possuem uma tinta à base de carbono que é capaz de captar a luz solar e transformá-la em energia.
Para produzir esses painéis, é preciso utilizar equipamentos semelhantes às prensas usadas nos jornais. Esses aparelhos imprimem as camadas de tinta sobre o filme plástico, compondo 5 camadas ao todo: duas delas são intermediárias e tem a função de criar os elétrons, uma é impressa por cima com o intuito de conduzir as cargas positivas, uma é inserida na parte inferior para possibilitar o transporte das cargas negativas, e uma é composta pelo terminal metálico que fecha o circuito.
Como deu para notar, há muita tecnologia envolvida na produção dos painéis solares flexíveis. É preciso tomar as providências necessárias para que ele não sofra interferências, por isso todo o local de fabricação é limpo, controlado e iluminado exclusivamente com luzes amarelas, pois já foi constatado que a luz azul interfere na qualidade final desse tipo de painel solar.
Como já existe atualmente uma variedade de pesquisas dedicadas ao estudo e aplicação dos painéis fotovoltaicos flexíveis, é possível encontrar métodos de fabricação diferentes.
Na Suíça, por exemplo, outra técnica tem sido explorada para obter esse produto. Trata-se de um método que faz uso da tecnologia de filme fino, na qual as células são compostas de uma liga semicondutora de cobre-índio-gálio-(di)selenieto – por conta disso, são chamadas de células solares CIGS.
Uma fábrica piloto foi inaugurada no país exclusivamente para dedicar-se à fabricação desses painéis. Assim como a tecnologia OPV, também são feitos a partir da impressão em uma folha de plástico flexível, que sai em rolos de um metro de comprimento. A fábrica em questão possui capacidade de produção de 15 MW (megawatts) de painéis.
Ainda que tanto os painéis OPV quanto os CIGS usem do efeito fotovoltaico para produzir energia elétrica, seus funcionamentos se distinguem, já que possuem composições diferentes.
A tecnologia OPV opera a partir da eletrônica orgânica, com polímeros semicondutores que captam a luz solar e a transformam em energia elétrica. Já as células CIGS funcionam com base nas substâncias calcopirita, selênio e enxofre, que quando misturadas absorvem fótons da luz solar e, a partir disso, conseguem gerar a energia.
Ambos os tipos de painéis fazem uso do método roll-to-roll em sua fabricação, o que permite a rápida produção em massa dos produtos. A máquina de impressão utilizada nesse processo pode produzir aproximadamente 100 metros de filme em camadas por minuto.
Além disso, o consumo de material durante a fabricação das peças é baixo, e os elementos utilizados para compor o produto podem ser reciclados após o término do seu ciclo de vida.
Em função de tudo isso, a fabricação dos painéis solares flexíveis é mais acessível em comparação com os painéis solares convencionais, permitindo que essa tecnologia promissora se torne ainda mais acessível e atrativa. Vale pontuar que o mercado de células fotovoltaicas orgânicas está se desenvolvendo cada vez mais a cada ano, havendo a possibilidade de melhorias e novos métodos surgirem em breve.
Quanto custa o painel flexível?
Como são equipamentos novos no mercado, ainda é difícil encontrar painéis solares flexíveis para compra no Brasil, fazendo com que seus preços ainda estejam muito elevados.
O painel solar flexível do tipo orgânico (com a tecnologia OPV) custa cerca de R$ 1.000,00 por m², sendo assim com um preço 40% maior do que o dos módulos tradicionais. Já os painéis com células solares CIGS ainda não são comercializados no Brasil. Em outros países, o seu preço aproximado é de US$ 2,2 por watt.
Embora estejamos tratando de uma tecnologia que já está disponível no mercado e oferece grandes vantagens e possibilidades para a utilização da energia solar, é provável que ainda leve um tempo até que seus produtos estejam melhor distribuídos no mercado, com preço mais acessível aos consumidores comuns.