Foi a partir de 2012 que a energia solar se tornou uma opção viável para os consumidores gerarem sua própria energia em território brasileiro. Isso é possível através da instalação e utilização dos sistemas solares fotovoltaicos.
Desde então, a tecnologia não parou mais de crescer no país. Atualmente, é objeto de desejo de muitos brasileiros que almejam economizar nas contas de luz residenciais ou empresariais. Nos últimos anos, a oferta de incentivos e linhas de financiamento ajudou a movimentar o setor de energia solar no Brasil, fazendo com que o país se destaque no cenário internacional.
Confira no artigo a seguir a história da produção de energia solar no Brasil e alguns dados interessantes sobre o assunto.
Usina solar de Tauá, a primeira do Brasil e da América Latina
Registros apontam que o primeiro efeito fotovoltaico teria sido observado ainda no século XIX. No Brasil, no entanto, o uso da energia solar só veio a acontecer algumas centenas de anos depois, no século XXI, com a instalação da usina solar de Tauá, a primeira usina solar localizada em território brasileiro.
Localizada no sertão do Ceará, a usina foi inaugurada em 2011 e, além de ser a responsável pelo início da geração de eletricidade solar em escala comercial no Brasil, é também a primeira em toda a América Latina. A usina tem capacidade inicial de geração de 1 megawatt.
O investimento foi realizado pelo empresário Eike Batista, através de sua empresa MPX. Posteriormente, esses ativos foram vendidos para outro grupo, mas a Usina Tauá ficou conhecida como sendo a primeira usina em escala comercial construída no Brasil.
Atualmente, a usina pertence à Eneva, empresa de energia que também opera a Usina Termelétrica do Porto do Pecém II e a Usina Termelétrica Porto do Itaqui (movidas a carvão mineral) e o Complexo Termelétrico Parnaíba (gás natural).
A inauguração dessa usina foi o pontapé inicial para uma série de acontecimentos que se seguiram nos anos seguintes, principalmente no que diz respeito à regulamentação da energia solar no Brasil. Confira nos próximos itens.
Resolução 482 da ANEEL
Outro importante marco para a história da geração de energia solar no Brasil foi em 2012, com a criação da Resolução 482 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). A resolução contribuiu para o avanço dos sistemas de Geração Distribuída no país, além de também promover um sistema de compensação de créditos aos consumidores.
Essa norma estabelece as condições gerais para o acesso de micro e minigeração distribuída aos sistemas de distribuição de energia elétrica, permitindo que qualquer consumidor gere sua própria energia renovável conectada à rede de distribuição e com o acúmulo de créditos energéticos.
Com essa resolução, a ANEEL abriu um universo de possibilidades para os consumidores interessados em explorar novas tecnologias para geração de energia própria. Foi a partir de então que o segmento passou a crescer exponencialmente, como veremos em seguida.
Expansão do setor de energia solar no Brasil
Desde 2014, o setor de energia solar no Brasil, como um todo, tem mantido um ritmo de crescimento acima de 300% ao ano. Se antes disso o país contava com algumas dezenas de sistemas fotovoltaicos, hoje há centenas de milhares espalhados em todo o território nacional.
De acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME), a primeira contratação de energia solar de geração pública centralizada aconteceu em 2014. No ano seguinte, o governo brasileiro realizou mais dois leilões, com a pretensão de fortalecer a expansão da indústria solar no Brasil para uso e para reserva de energia.
Todo esse cenário foi vantajoso para abrir possibilidades de geração de emprego e renda no segmento de energia solar, com a criação de novas empresas e negócios que sustentaram esse crescimento exponencial nos últimos anos.
Para acompanhar essa expansão, a ANEEL precisa manter suas normas atualizadas e criar novas resoluções, quando preciso. Dê uma olhada no próximo item para mais detalhes.
Resolução Normativa 687 da ANEEL
Com a intenção de dar continuidade e aprimorar a RN 482 de 2012, a ANEEL criou, em 2015, a RN 687. Através dessa norma, determinou que geradores com potência de até 75 kW seriam considerados como microgeração de energia fotovoltaica, enquanto geradores acima de 75 kW e menor ou igual a 5 MW seriam considerados como minigeração.
Além disso, a Agência também criou as modalidades para a geração distribuída de energia, sendo elas: autoconsumo remoto, geração compartilhada e empreendimentos com múltiplas unidades consumidoras (geração em condomínios).
Mesmo com a implantação tardia, a energia fotovoltaica tem muito o que crescer no Brasil nos próximos anos, já que a incidência solar em território brasileiro é muito superior se comparada com países pioneiros nesta tecnologia. Saiba no próximo tópico quais são os principais estados que utilizam energia solar.
Estados que mais exploram a geração de energia solar
Em 2020, o número de imóveis brasileiros com painéis solares instalados chegou a 30 mil. A geração de energia solar fotovoltaica é grande em quase todo o território brasileiro, mas a expansão dessa tecnologia não se dá na mesma proporção, já que alguns estados se destacam mais do que outros.
Minas Gerais é o estado brasileiro com maior capacidade fotovoltaica, seguido pelo Rio Grande do Sul e então São Paulo. Levando em consideração o crescimento nos últimos anos, a expectativa é que até 2024 todo o território brasileiro conte com aproximadamente 900 mil sistemas de energia solar instalados.
Como os benefícios da energia solar conquistam cada vez mais consumidores e estão ficando cada vez mais conhecidos, a tendência é que a expansão do setor solar seja excepcional.
Assim, deve aliviar as despesas da população com os gastos com energia elétrica, diminuir a sobrecarga da operação da matriz energética brasileira, economizando os recursos naturais esgotáveis e auxiliar a economia do país.
As usinas solares também têm uma participação fundamental nesse crescimento. Confira no próximo tópico quais são as principais usinas de energia solar do Brasil.
As maiores usinas de energia solar do Brasil
Nosso país conta atualmente com 5.312 MW de potência instalada nas usinas de energia solar em operação, segundo levantamentos do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
De acordo com a ANEEL, atualmente o Brasil conta com cerca de 3.400 usinas de energia solar em operação. A maior delas é a Usina Solar São Gonçalo, localizada em São Gonçalo do Gurguéia, no estado do Piauí.
Considerada também a maior usina da América do Sul, conta com mais de 2.2 milhões de painéis solares, e pode reduzir a emissão anual de até 860 toneladas de dióxido de carbono na atmosfera.
Em seguida, está a Usina Solar Pirapora, às margens do Rio São Francisco, no estado de Minas Gerais. O local está em funcionamento desde 2017, possui mais de um milhão de painéis solares, e tem tamanho equivalente a 1.500 estádios de futebol. Seu complexo é composto por 11 usinas, capazes de fornecer, anualmente, energia para mais de 420 mil residências.
Ocupando o terceiro lugar temos a Usina Solar Nova Olinda, no Piauí. Fica localizada em Ribeira do Piauí, ocupa uma área equivalente a 7 quilômetros quadrados, com 930 mil placas solares e capacidade para produzir energia para 300 mil famílias.
Essas são apenas algumas das maiores usinas construídas em território brasileiro, responsáveis por números impressionantes de geração de energia. O reconhecimento dessa tecnologia tende a envolver cada vez mais consumidores, empresários, financiadores e investidores, e quem sabe em algumas décadas se tornar a principal forma de geração de energia no Brasil.