Situada no interior, na costa norte do Panamá, fica a escola Hato Chami, que abriga mais de 1.000 alunos da comunidade indígena Ngäbe. O que diferencia esta modesta escola térrea na região de Hato Chami são seus aquecedores de água por meio da energia solar, uma adição recente que oferece aos alunos chuveiros quentes e simplifica a preparação de refeições para os funcionários.

Luis Navntoft, consultor da Termosolar Panamá, uma parceria financiada pelo Fundo Global para o Meio Ambiente e apoiada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), ressalta a importância do calor mesmo em um clima quente como o do Panamá, afirmando:

“As pessoas pensam que porque o Panamá é um país quente, não há necessidade de água quente. Muitas vezes eles não estão conscientes da necessidade de calor, seja para água quente ou para cozinhar.”

Calor, desmatamento e a energia solar na América Latina

Esta situação não é única na América Latina e nas Caraíbas, onde muitas instituições e famílias não têm acesso à água quente. Os aquecedores elétricos de água são caros e, até recentemente, a energia solar permanecia inexplorada. Consequentemente, as comunidades recorrem frequentemente à lenha para aquecimento, levando à desflorestação – um problema importante na região.

Globalmente, as florestas absorvem 30% das emissões provenientes da indústria e dos combustíveis fósseis, mas a desflorestação continua, contribuindo para 11% das emissões de carbono. Projetos como o Termosolar Panamá oferecem uma alternativa sustentável, ajudando a preservar as florestas.

Além de combater a desflorestação, o aquecimento solar de água pode ajudar o Panamá a reduzir a sua dependência dos combustíveis fósseis, especialmente do gás de petróleo liquefeito, um dos principais contribuintes para as alterações climáticas. A Termosolar Panamá informa que esse combustível é usado para aquecer mais de 30 milhões de litros de água quente diariamente no Panamá.

430 metros quadrados de aquecedores solares

A estratégia da Termosolar Panamá inclui a sensibilização e a realização de projetos piloto. Eles implantaram 430 metros quadrados de aquecedores solares de água em vários locais, desde instalações de saúde e hospitais até hotéis, fábricas, fazendas e residências.

Todas as instalações foram realizadas por trabalhadores locais, promovendo conhecimentos e cadeias de abastecimento locais.As conquistas da Termosolar Panamá destacam o potencial da energia solar térmica na redução da dependência do Panamá do gás liquefeito de petróleo.

Painel solar em telhado
Painel solar

De acordo com um relatório do PNUA, esta transição poderá criar mais de 93 mil empregos no Panamá até 2050, ou 133 mil com a produção de tecnologia local. Também poderia reduzir as emissões de dióxido de carbono em 91%, poupando ao Panamá 22 mil milhões de dólares em custos de energia.

A adoção de energias renováveis, como a energia solar térmica, oferece benefícios econômicos significativos para toda a região da América Latina e das Caraíbas, ascendendo a um ganho líquido de 1,3 mil milhões de dólares até 2050, equivalente a cerca de 20% do PIB regional de 2019.

Fonte: UNEP

Sobre a Solfácil

A Solfácil foi criada em 2018 com o propósito de suprir o déficit de Geração Distribuída no país, e atualmente conta com mais de 5 mil integradores parceiros trabalhando por todo o território nacional.

Conhecida por sua grande presença no sistema de financiamento de energia solar, a Solfácil oferece diversas facilidades e recursos para o integrador, o que resulta no melhor ecossistema para o profissional de energia solar, e talvez o financiamento seja o ponto alto.

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