Gerar a própria energia é a melhor opção para o bolso do consumidor, que fica imune aos reajustes das bandeiras tarifárias, aumento no valor da energia e surpresas na conta de luz no fim do mês.
Mas as vantagens da energia solar vão mais além, já que essa também é uma importante ferramenta para reduzir a demanda por eletricidade no país.
Investir cada vez mais nesse tipo de tecnologia é uma estratégia fundamental para enfrentar a crise hídrica que já há alguns anos assola o Brasil. O aumento do risco de racionamento de energia leva o governo a acionar as termelétricas, que são mais caras, poluentes e as principais responsáveis por elevar a conta de luz dos brasileiros com a bandeira vermelha.
Afinal, ter um sistema fotovoltaico pode ajudar a amenizar o impacto do racionamento de energia? A resposta para essa pergunta você vai conferir logo a seguir. Boa leitura!
A crise hídrica no Brasil e os riscos de racionamento de energia
O Brasil gera sua energia elétrica a partir de uma ampla gama de fontes, que incluem fontes térmicas (gás, petróleo e carvão), energia hidrelétrica, nuclear e renovável. A energia hidrelétrica é a principal responsável pela produção de energia no país, representando em média 60% de toda a energia gerada anualmente.
Em períodos de escassez de chuva, os níveis das hidrelétricas correm o risco de ficar no limite, já que dependem diretamente das águas das chuvas. Acontece que as mudanças climáticas estão fazendo com que o Brasil e todo o mundo enfrente cada vez mais longos períodos sem chuva, o que é muito preocupante.
Nos últimos anos, o Brasil tem enfrentado a pior seca das últimas 9 décadas, que deixou o subsistema de geração de energia das regiões Sudeste/Centro-Oeste com apenas 32% da sua capacidade total.
O impacto da escassez hídrica é que as hidrelétricas tendem a ficar cada vez mais sobrecarregadas. Com essas usinas trabalhando no limite, é necessário acionar as termelétricas ou então importar a energia elétrica dos países vizinhos (como Paraguai, Argentina e Uruguai).
Em ambos os casos, pagamos caro pela energia obtida nessas condições, sentindo no bolso o alto valor das contas de luz. Sem falar na natureza, que também sofre as consequências com o funcionamento da queima de combustíveis fósseis nas termelétricas, agravando a situação geral do planeta.
Para fugir desse ciclo vicioso, é preciso apostar nas fontes de energia sustentáveis, de modo a amenizar os impactos negativos ao meio ambiente. Por meio delas, é possível gerar eletricidade sem poluir a natureza, a partir de recursos que se renovam naturalmente.
A energia solar é hoje uma das principais alternativas nesse sentido. Em 2001, quando o Brasil enfrentou a sua primeira crise de energia, o governo estabeleceu um limite máximo de consumo para as residências.
Quem ultrapassasse esse limite, pagava uma multa. Atualmente, é possível recorrer a soluções como a energia solar, por meio da qual você produz a sua própria energia e não paga multa se houver racionamento novamente.
Seja mediante a geração de energia elétrica em parques e usinas solares ou com os sistemas fotovoltaicos instalados em telhados e pequenos terrenos, se tornou uma potente tecnologia para evitar a sobrecarga das hidrelétricas, diminuir a demanda pelas termelétricas e, de quebra, promover economia no bolso do consumidor. Continue a leitura para conferir mais detalhes.
Como a energia solar pode ajudar a amenizar esse problema?
A energia solar gerada atualmente pelos próprios consumidores no Brasil já representa um terço da capacidade da Usina Hidrelétrica de Itaipu, e fornece eletricidade limpa e barata justamente nos horários de maior demanda (entre as 11h e 18h), aliviando a operação do sistema.
E a tendência é que esse setor cresça cada vez mais. A busca por sistemas de geração de energia solar para residências cresceu 117% de janeiro a maio de 2021, de acordo com informações divulgadas pelo Portal Solar, marketplace especializado nesse mercado.
Um dos principais fatores a contribuir com aumento na procura por esse tipo de tecnologia é justamente a crise hídrica mencionada acima, que gera riscos de racionamento de energia.
Dados do relatório do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico dos anos de 2014 e 2015 indicavam que o nível dos reservatórios nas usinas hidrelétricas brasileiras havia chegado no limite mínimo, aumentando assim o risco de falta de energia.
Apesar de apontar que ainda não havia insuficiência de suprimento energético para aquele ano, deixava claro a necessidade de direcionar investimentos para novas soluções, a exemplo das energias renováveis.
Para evitar apagões e necessidade de racionamento de energia, é fundamental buscar formas de diversificar a matriz energética e privilegiar a produção de energia no local de consumo. Como o Brasil possui um grande potencial solar, a energia solar se apresenta como um excelente caminho a ser explorado para diminuir o risco de falta de energia.
Gerada junto ou próximo ao local de consumo, a energia solar não usa as linhas de transmissão, e por isso ajuda a desafogá-las. Além disso, reduz as perdas elétricas e contribui com a economia de água dos reservatórios das hidrelétricas.
Para se ter uma noção do enorme potencial de crescimento dessa tecnologia em nosso país, um estudo realizado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) mostrou que o uso de painéis instalados nos telhados das casas poderia gerar metade de toda a eletricidade consumida em todo o Brasil.
Além de representar uma solução eficaz para os apagões e racionamentos, a energia solar também é uma importante alternativa sustentável, com capacidade para contribuir com o desenvolvimento econômico do país.
Por meio da ampliação planejada da fonte solar fotovoltaica na matriz elétrica brasileira, seria possível promover a geração de empregos, proporcionando ganhos de renda para a população e contribuindo para a retomada da economia.
A energia solar passou de fato a ser explorada no Brasil a partir de 2012, com a criação da Resolução Normativa nº 482, da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). A norma permite aos consumidores realizar a troca da energia gerada com a da rede elétrica, a partir do sistema que compensa o consumidor pela energia elétrica injetada na rede.
A partir desse marco, a fonte solar fotovoltaica cresceu e ganhou muito espaço na matriz energética brasileira. Desde 2019, é a opção mais competitiva do país, o que se deve a alguns outros pontos positivos, como a rápida implementação e necessidade mínima de manutenções periódicas.
Além disso, é flexível, já que pode ser adotada por residências, pequenos negócios, propriedades rurais, prédios públicos e indústrias.
Seja no orçamento pessoal de cada consumidor ou na economia brasileira como um todo, a energia solar já tem se provado uma alternativa interessante, viável e muito vantajosa. Sendo assim, deve receber cada vez mais destaque e incentivos nos próximos anos, como uma importante aliada para amenizar a sobrecarga das demais fontes de energia elétrica no Brasil.