O aumento dos gastos com energia elétrica tem feito com que a conta de luz pese cada vez mais no bolso do consumidor. Mediante esse cenário, buscar alternativas para reduzir o consumo e pagar menos no fim do mês se tornou uma preocupação de muitos. Além da economia de energia, outra opção interessante é a Tarifa Branca. 

Essa tarifa foi lançada em 2018 como uma forma de incentivar o consumo de energia em horários fora do pico de demanda. Essa modalidade pode oferecer uma economia de até 15%, mas para isso é preciso conhecer bem seus hábitos de consumo. Do contrário, pode acarretar em prejuízo. 

Confira mais detalhes a seguir sobre do que se trata a tarifa branca, como ela funciona e se ela faz sentido para você. 

Como funciona a Tarifa Branca? 

Essa tarifa é opcional, foi lançada há poucos anos e por isso ainda é pouco utilizada. Criada para estimular o consumo de luz ao longo do dia (e não só num período concentrado), a Tarifa Branca está disponível desde janeiro de 2020.

Como funciona a Tarifa Branca? 
Como funciona a Tarifa Branca? 

Ela pode ser usada pelas chamadas unidades consumidoras de baixa tensão: residências, área rural e o grupo Industrial, Comércio, Serviços e outras atividades, Serviço Público, Poder Público e Consumo Próprio.

Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o país tem mais de 75 milhões unidades consumidoras que podem aderir à tarifa branca, mas apenas aproximadamente 58 mil utilizam o mecanismo.

Acontece que para desfrutar dos benefícios que a tarifa oferece é preciso conhecer bem seus hábitos de consumo. Segundo os cálculos divulgados pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), a Tarifa Branca pode oferecer uma economia de até 15% no gasto com energia.

Já um levantamento divulgado pela ANEEL em 2021 aponta que consumidores que aderiram à tarifa branca perceberam redução média de apenas 4% na conta de luz. Em alguns casos, a adesão pode até fazer a conta de luz ficar mais alta.

No modelo convencional de cobrança de energia (que define o valor pago pela maioria dos consumidores), a tarifa de energia elétrica é a mesma independente do horário do consumo. Já o valor pago pelos consumidores que aderem à Tarifa Branca vai depender do horário em que a energia é consumida.

O valor da cobrança se baseia em três períodos de consumo. O primeiro é o de ponta, em que há a maior demanda por energia. Esse período costuma se concentrar entre as 18h30 até as 20h. Devido à alta demanda, o sistema gerador de energia precisa trabalhar mais, o que torna o custo de produção maior.

Do outro lado, há o período fora de ponta, no qual a demanda de energia é menor, sendo mais barato produzi-la. Essa é também a faixa que é aplicada para o consumo em qualquer horário em feriados nacionais e finais de semana.  

Por fim, há a faixa intermediária, que geralmente inclui os períodos de 1 hora antes e 1 hora depois da ponta. 

Os horários específicos e o custo exato de cada uma dessas faixas variam de acordo com a distribuidora de energia. O maior valor cobrado envolve o consumo realizado na ponta, e o menor valor é aquele que acontece fora da ponta. 

Vantagens e desvantagens da Tarifa Branca

Isso significa que quem consegue consumir mais energia fora dos horários de pico como forma de compensar os valores cobrados, acaba tendo mais economia e pagando menos na conta. Esse processo demanda o entendimento de quais são os hábitos de consumo da unidade consumidora, e repensá-los se for preciso.

A Tarifa Branca é também uma alternativa interessante para desafogar o sistema que produz energia no Brasil, já que evita picos de consumo. A geração de energia é constante, mas pode haver uma sobrecarga quando um grande número de consumidores consome ao mesmo tempo. 

Mas essa modalidade não é necessariamente vantajosa para todos os consumidores, devido ao aumento da tarifa nos horários de ponta e intermediário.

Vantagens e desvantagens da Tarifa Branca
Vantagens e desvantagens da Tarifa Branca.

Quem mora em São Paulo, por exemplo, e tem a Enel como distribuidora, paga R$ 0,594 por kWh (quilo-watt hora) consumido, independente da faixa de hora. Ao aderir à Tarifa Branca, esse consumidor passa a pagar R$ 0,499 por kWh na faixa fora da ponta, R$ 0,724 na faixa intermediária e R$ 1,115 na ponta.

No caso das residências, a maior limitação para usufruir dos benefícios da Tarifa Branca se deve ao fato do horário de ponta ser justamente o período em que as pessoas chegam do trabalho, tomam banho ou fazem atividades domésticas como lavar roupa. Nesses casos, é mais difícil mudar os hábitos e horários de consumo, e aderir à Tarifa Branca pode até te prejudicar. 

Como descobrir se a Tarifa Branca faz sentido para você? 

Para saber se a Tarifa Branca é vantajosa ou não na sua casa, empresa ou indústria, é preciso analisar o consumo de energia do local. 

Se tratando de uma residência, o primeiro indicador a ser considerado é o uso do chuveiro elétrico, já que o equipamento é um dos que mais consomem energia elétrica em um imóvel.

Sendo assim, considere o horário que os moradores tomam banho. Se for dentro do horário de pico considerado pela distribuidora de energia da sua região, talvez essa modalidade não seja assim tão interessante.

Também é importante avaliar se há a possibilidade e se os moradores estão dispostos a mudar seus hábitos de consumo. Mesmo que o horário de banho seja costumeiramente no horário de pico, é possível mudar a hora de consumo do equipamento para outros momentos, obtendo, assim, a economia desejada. 

O Idec e as distribuidoras de energia disponibilizam simuladores para ajudar o consumidor a identificar se essa tarifa é vantajosa ou não. Assim fica mais fácil tomar a sua decisão. 

Confira a seguir o que é preciso fazer para aderir a essa tarifa. 

Como aderir à Tarifa Branca?

O processo de adesão à tarifa é opcional e gratuito. Clientes de baixa renda ou de iluminação pública não podem utilizar o mecanismo. 

Como aderir à Tarifa Branca?
Como aderir à Tarifa Branca?

O consumidor que deseja mudar de modalidade tarifária deve entrar em contato com a distribuidora, que fica responsável por trocar o medidor de energia e tem um prazo de 30 dias para realizar essa mudança.

A cobrança dessa tarifa exige a instalação de um medidor específico nas unidades consumidoras. O equipamento será responsável pela medição do consumo por faixa de horário, atribuindo os valores referentes a cada período. 

Antes de optar pela adesão à tarifa, é importante conhecer quais os valores das taxas cobradas pelas distribuidoras em cada faixa de horário, e quais são esses horários. A Aneel possui uma ferramenta que reúne essas informações.

O consumidor também tem o direito de solicitar o retorno à tarifa convencional a qualquer momento, caso a conta tenha subido ou não tenha notado uma redução da conta de luz que justifique as mudanças nos hábitos de consumo. 

Quer saber mais detalhes sobre os outros tipos de tarifas de energia? Clique aqui para ter acesso a tudo o que você precisa saber sobre este assunto.

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