Quando o assunto são as possibilidades e alternativas no que diz respeito às formas de geração de energia, é comum, termos contato com os termos “energia suja” e “energia limpa”. Você já ouviu essas expressões por aí?
Esse artigo é para você que tem interesse em entender as diferenças entre essas formas de energia, como elas funcionam e qual o impacto que causam na nossa vida e na nossa conta de energia. Boa leitura!
O que é energia suja?
É chamada de energia suja toda energia obtida a partir de fontes que lançam poluentes na atmosfera terrestre e geram malefícios para o meio ambiente e para a saúde das pessoas. Tem esse nome, pois é esgotável (ou seja, não renovável) e causadora de poluição e degradação ambiental, favorecendo as mudanças climáticas e o avanço do aquecimento global.
A energia suja é usada principalmente para a geração de energia elétrica (como é o caso das usinas termelétricas, por exemplo, que fazem uso de carvão mineral) e nos meios de transporte, que em sua maioria são movidos a diesel e gasolina (produtos do petróleo).
Em muitos casos, esse tipo de energia também apresenta desvantagens financeiras, já que os seus custos de operação e manutenção são muito elevados.
Como dito acima, a energia suja é obtida de forma não renovável, ou seja, é gerada a partir de fontes que se esgotam com o tempo, seja em um futuro próximo ou a médio e longo prazo. Sendo assim, são formas que não se sustentam por muito tempo, gerando danos irreversíveis ao planeta.
As principais fontes de energia suja são o petróleo, o carvão mineral e o carvão vegetal, a energia nuclear (principalmente levando em consideração o lixo atômico gerado no processo) e gás natural.
Ao causar poluição ambiental, principalmente no ar, as fontes de energia suja consequentemente geram problemas de saúde nas pessoas.
Quem mais sofre com as consequências disso são os habitantes de grandes centros urbanos, como é o caso da cidade de São Paulo, por exemplo, com grandes quantidades de automóveis circulando todos os dias, e diversas fábricas funcionando em seu entorno.
Além dos problemas gerados ao meio ambiente e à saúde da população, são energias com alto custo de produção. As usinas termelétricas, por exemplo, possuem custos de operação consideravelmente mais elevados do que as hidrelétricas (consideradas geradoras de energia limpa).
A energia suja também é motivo de disputa envolvendo a extração e comercialização de suas matérias-primas.
Embora o Brasil possua grande potencial hidrelétrico, a energia suja ainda é muito utilizada no país, uma vez que a geração de energia das hidrelétricas não supre totalmente a demanda do mercado em épocas de crise hídrica, durante o verão e nos horários de pico de consumo.
São nesses momentos que as usinas termelétricas costumam ser acionadas, levando à implementação das bandeiras tarifárias nas contas de energia como forma de dar conta dos gastos extras gerados pela exploração desse tipo de fonte de energia, que é mais cara e poluente.
Quanto aos meios de transporte, o Brasil ainda é um país muito dependente de combustíveis fósseis como fontes de energia, fazendo uso principalmente da gasolina e do diesel. No ano de 2017, cerca de 50% da energia produzida no Brasil teve como origem fontes consideradas sujas, advindas do petróleo, carvão mineral e lenha vegetal.
Será que esse panorama pode ser modificado? Confira no próximo tópico.
Alternativas para a energia suja
A saída para a diminuição do uso de energia suja é a ampliação e incentivo da exploração de fontes de energia limpa, que é produzida a partir de recursos renováveis. É considerado o tipo de energia ideal, pois não causa tantos impactos negativos à natureza e à saúde.
Empresas, governos e pessoas devem ter a possibilidade de substituir o uso das fontes sujas pelas fontes limpas e renováveis de energia. Apenas dessa forma é possível reverter, de certa forma, os danos causados ao planeta devido à exploração das fontes de energia esgotáveis. Mas de que maneira isso pode ser feito?
O uso de bicicletas, veículos elétricos, transportes públicos e a base de biocombustíveis são uma alternativa para quem deseja reduzir a poluição do ar gerada pela queima de combustíveis fósseis.
Além disso, a energia eólica e a energia solar são ótimas opções para residências e empresas que desejam diminuir o uso de fontes sujas de energia. A seguir, vamos tratar com mais detalhes sobre uma delas, a energia solar.
A energia solar no Brasil- energia limpa
Atualmente, o mercado de energia solar no Brasil corresponde a 2,4% de toda a matriz elétrica brasileira. Isso equivale a mais de 4,5 Gigawatts (GW) de potência instalada, de acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Como o próprio nome já sugere, a energia solar é gerada a partir dos raios solares.
O setor começou a crescer de fato no Brasil a partir do ano de 2012. Antes disso, alguns consumidores já exploravam essa tecnologia, mas a sua regulamentação só foi feita a partir da Resolução Normativa 482 de 2012, responsável por criar regras da geração distribuída.
Essa resolução é considerada um marco legal da energia solar em território brasileiro, um grande avanço em prol da energia limpa no país.
A partir dela, a geração de energia solar se tornou viável para os consumidores, que desde então podem conectar o sistema à rede de distribuição e gerar créditos solares a partir do excedente de energia. Tais créditos são compensados e podem reduzir o valor das tarifas de energia elétrica em até 95%.
Há também o segmento de geração centralizada, que começou a funcionar no Brasil a partir de 2014, com o primeiro leilão de usinas de energia solar. A geração centralizada começou a operar apenas em 2017, dado o tempo para a construção das usinas.
Na geração solar distribuída, os painéis solares são instalados na própria unidade consumidora, ou em pontos próximos a ela. Na geração solar centralizada, grandes usinas solares produzem a energia, que é enviada até os centros urbanos através de redes de transmissão, e entregue aos consumidores por meio das distribuidoras de energia.
Em 2015, uma nova resolução trouxe novidades para o setor de energia solar. A Resolução Normativa 687 dispõe da criação de três novas modalidades de geração distribuída: a geração compartilhada, as múltiplas unidades consumidoras e o autoconsumo remoto.
Quando há mais de um consumidor dentro de uma mesma área de concessão fazendo uso da energia solar por meio de um consórcio ou cooperativa, trata-se da geração compartilhada.
A geração de energia solar por múltiplas unidades consumidoras envolve a utilização da energia elétrica de maneira individualizada pelas unidades consumidoras, e administrada de maneira centralizada, como pelo condomínio, pelos proprietários do empreendimento ou até mesmo pela administração local.
A última novidade fica por conta do autoconsumo remoto, que ocorre quando a unidade consumidora que gera a energia solar fica em um local diferente da unidade que vai de fato consumir a energia (desde que estejam em uma mesma área de distribuição).
A criação das novas modalidades aqui citadas foi muito importante para o setor de energia solar brasileiro, pois possibilitou um crescimento do público da geração distribuída, ajudando a acelerar o crescimento do mercado no país.