O funcionamento de uma célula fotovoltaica pode ser explicado pelo efeito fotovoltaico, que significa literalmente transformar luz em energia elétrica.

O efeito fotovoltaico só é possível com a utilização de semicondutores como o silício, o arseneto de gálio, o telureto de cádmio ou disseleneto de cobre e índio.

Mais de 80% de todas as células solares do mundo são de silício, pois o silício é o segundo elemento mais abundante da crosta terrestre, correspondendo aproximadamente 28% da crosta terrestre, perdendo apenas para o oxigênio.

Elementos Químicos na Crosta Terrestre
Abundância dos Elementos Químicos na Crosta da Terra
Fonte: Solfácil, 2024

O silício apresenta-se normalmente como areia, e utilizando-se métodos químicos é possível a obtenção do silício em forma pura, ou seja, o cristal de silício.

Porém, o cristal de silício é um mal condutor, pois não possui elétrons livres. Para tornar o silício um semicondutor é necessário dopá-lo, ou seja, acrescentar impurezas a ele, para que ele deixe de ser estável e apresente lacunas ou elétrons livres.

O Silício com elétrons livres (tipo N) é obtido através do acréscimo de porcentagens de Fósforo.

Silício com Acréscimo de Fósforo
Silício com Acréscimo de Fósforo
Fonte: Chrystian Remes, 2016

O Silício com lacunas (tipo P) é obtido através do acréscimo de porcentagens de Boro.

Silício com Acréscimo de Boro
Silício com Acréscimo de Boro
Fonte: Chrystian Remes, 2016

As células fotovoltaicas são compostas por uma camada fina do tipo N e uma camada mais espessa do tipo P. Ao unir as duas camadas passam a existir a formação de um campo elétrico na região de divisa entre as duas camadas, conhecida como região P-N, provocado pela ocupação dos elétrons livres do tipo N nas lacunas do tipo P (GREENPRO, 2004).

Região P-N
Fonte: GREENPRO, 2004

Os fótons, presentes na luz solar, são absorvidos pelos elétrons, fazendo com que as ligações entre elétrons sejam quebradas. Os elétrons libertados são conduzidos pelo campo elétrico para a área “n” e as lacunas criadas seguem para a área “p”. A difusão dos portadores de carga até aos contatos elétricos produz tensão na fronteira da célula solar.

Se não estiver ligada a nenhuma carga é obtida a tensão de circuito aberto na célula solar. Se o circuito elétrico estiver fechado os elétrons são orientados e fluem da camada P para a camada N, produzindo corrente elétrica enquanto os fótons incidirem sobre a placa solar. (GREENPRO, 2004).

Portanto, de maneira simplificada, podemos afirmar que o efeito fotovoltaico é o surgimento de uma tensão elétrica em um material, quando este é exposto à luz visível.

Guilherme Peters Junior

Guilherme Peters Junior

Especialista de marketing pela Solfácil, atuando em frentes de SEO, geração de conteúdo e inbound marketing. Trabalha no setor de energia solar desde 2018, na qual é apaixonado.

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