Os governos internacionais buscam maneiras de tornar a energia solar mais acessível e viável para a população. Recentemente, a Malásia entrou para a lista de nações que se movimentam também nessa direção.
No início de agosto, a Comissão de Energia estendeu os contratos de compra de energia solar (PPAs) para os projetos de grande escala para 25 anos (21 anos anteriormente), pois os preços crescentes dos painéis solares ameaçavam a viabilidade dos projetos.
No final do mês, o primeiro-ministro Datuk Seri Ismail Sabri Yaakob introduziu uma cota de 600 MW para atender aqueles que buscam gerar e vender energia solar diretamente para as empresas.
Futuro da energia solar na Malásia
Além de viabilizar o investimento e compras de painéis solares tanto para casas, quanto para empresas, o governo deseja ir além. É preciso também possibilitar uma maior presença dessa tecnologia em outros espaços do convívio cotidiano.
Por isso, o governo também está cogitando um projeto de “parque solar” – semelhante ao da Austrália – para centralizar os ativos solares em uma área com alta irradiância solar. Isso permitiria um melhor compartilhamento da rede e infraestrutura relacionada para melhorar a eficiência.
Tudo isso é uma notícia bem-vinda para a indústria. No entanto, muitos detalhes ainda precisam ser resolvidos para garantir uma progressão suave da indústria solar da Malásia.
Isso inclui licitações de projetos futuros para políticas do setor, bem como medidas para lidar com a baixa taxa de aceitação da cota solar do telhado entre consumidores residenciais e agências governamentais.
Por isso, também é preciso investir na educação da população que não está acostumada com tal tecnologia. Assim, em um plano a médio prazo, a realidade do país pode ser muito diferente da atual.
Contradições do governo em relação a energia solar
Vale ressaltar que a Malásia proibiu oficialmente as exportações de energia renovável em outubro de 2021. Poucos dias antes, Cingapura pediu propostas para importar 4 GW de geração estrangeira de energia renovável até 2035.
Em um momento em que os governos dos países do Sudeste Asiático estão competindo intensamente para atrair investimentos em energia solar e sustentável, a exportação transfronteiriça de energia limpa deveria ser uma prioridade para a Malásia também.
Contudo, essa decisão do governo parece ir contra tudo o que está acontecendo nos países próximos. Por isso, é preciso que tanto o setor industrial, quanto a população, pressionem os governadores em busca de eletricidade mais barata e limpa.
O que ainda é preciso fazer
Em sua primeira entrevista à mídia, Mohd Zarihi destacou que o grupo nacional de serviços públicos está trabalhando na corporatização de sua nova divisão de energia nos próximos 12 a 18 meses, pois planeja atrair novos investidores para assumir uma participação minoritária para financiar seu ambicioso esforço de energia renovável em outro continente.
Contudo, esse é apenas o primeiro passo para que o governo local realmente veja alguma mudança no cenário local. Por isso, a extensão dos contratos de compra de energia podem aliviar um pouco os preços dos painéis solares, permitindo que eles entrem nas casas e indústrias locais.
Por fim, até mesmo o governo precisa quebrar um pouco com o olhar conservador sobre as novas possibilidades energéticas. Então, a possibilidade do parque fornecer energia solar para uma grande área pode trazer empresas e indústrias interessadas na infraestrutura.