A onda de calor recorde desta semana trouxe dificuldades para a rede elétrica da Califórnia, mas, mais uma vez, baterias solares distribuídas, carregadas por painéis solares, ajudaram a manter as luzes acesas.
Uma nova análise da California Solar and Storage Association (CALSSA) mostra que a Califórnia tinha mais de 80.000 baterias instaladas nas casas conectadas à rede elétrica, capaz de fornecer 900 MW de energia solar.
Dados das baterias solares na Califórnia
Embora nem todas as baterias solares estivessem programadas para descarregar durante o horário de pico, em 6 de setembro, cerca de 76% foram capazes de fornecer até 684 MW de energia a qualquer momento.
A CALSSA estima que 50% da potência agregada dessas baterias foi colocada em uso no horário de pico, fornecendo aproximadamente 340 MW de potência. Para colocar isso em perspectiva, 340 MW é mais do que uma usina hidrelétrica de médio porte.
Quando a Califórnia sofreu apagões contínuos em agosto de 2020, o estado tinha 30.000 baterias distribuídas com potencial para descarregar 500 MW de energia. Em apenas dois anos, 50.000 consumidores adicionaram 400 MW de energia limpa carregada pelo sol.
Os atuais 900 MW de baterias solares distribuídas na Califórnia são quase do tamanho da Unidade 1 do Diablo Canyon. Elas são carregadas por painéis solares no local e podem ser pré-programadas para descarregar em horários e dias definidos.
A configuração mais comum é a bateria carregar pela manhã, assim que os painéis solares começarem a gerar eletricidade, e descarregar a partir das 16h, 17h ou 18h dependendo das tarifas de serviços públicos locais e configurações do consumidor.
Uma vez descarregadas, as baterias cobrem a carga no local, ajudando a aliviar a tensão na rede ou, no caso de uma bateria com medidor de rede, podem exportar energia para um vizinho.
Como isso ajudou a população local
A CALSSA estima que as concessionárias da Califórnia gastaram mais de 450 milhões de dólares em comparação com um dia quente “normal”. O mesmo valor investido em baterias solares duraria de 10 a 15 anos, em vez de um dia.
Diversas empresas possuem frotas dessas baterias localizadas nas propriedades dos clientes e inscritas em programas como o Programa de Redução de Carga Emergencial (ELRP). A Tesla, por exemplo, tinha 4.500 baterias de consumo que, no total, descarregaram 32 MW durante o horário de pico em 6 de setembro de 2022.
Programas-piloto como esses são a prova de que as baterias localizadas nas casas podem ser confiáveis durante emergências da rede, uma preocupação que as concessionárias e os operadores da rede frequentemente citam como motivo para não apoiar políticas para implantar mais delas.
A CALSSA está pedindo aos formuladores e reguladores de políticas públicas que reconheçam o enorme valor e potencial das baterias solares. Bem como, que amplifiquem várias ferramentas de políticas para acelerar sua adoção.
Em primeiro lugar, a CALSSA continua seu apelo à Comissão de Serviços Públicos da Califórnia (CPUC) para não tributar os painéis solares e as baterias que eles carregam por meio da decisão NEM 3.0. Assim, garantindo uma transição suave para um futuro totalmente solar.