Você já deve ter se questionado: “quem inventou a energia solar?” ou “qual a origem da energia solar?”. O uso dessa fonte renovável, como alternativa de obtenção de energia, começou a ser explorado no ano de 1839 pelo físico Alexandre-Edmond Becquerel e o efeito fotovoltaico.
Com o passar dos anos, a energia solar passou a ser cada vez mais estudada e aprimorada, principalmente em razão dos avanços da tecnologia, permitindo que a sociedade obtenha recursos energéticos provenientes desta.
A história da Energia Solar
Para explicar a origem da energia solar, é possível elencar os acontecimentos em uma linha do tempo. Ao visualizarmos as descobertas desde o efeito fotovoltaico até as inúmeras possibilidades que podem ser alcançadas hoje em dia com a energia solar, percebemos que esse meio renovável acompanhou a evolução humana.
Primeiramente, levando em conceito da energia solar passiva, podemos citar os gregos que já construíam as suas casas sob condição favorável da luz do sol, ou os romanos que utilizaram do calor solar para construir estufas. Há lendas de que, no ano de 212 a.C. durante as Guerras Púnicas, o matemático Arquimedes utilizou de um espelho côncavo e a luz do sol para incendiar as frotas inimigas, conforme retratado abaixo:
Séculos depois, no ano de 1792, o químico francês Antoine Lavoisier criou o chamado “forno solar”. Criado a partir de duas lentes que concentravam a radiação do sol em um foco em específico, permitindo o derretimento de metais. Sendo estes apenas alguns exemplos de que a humanidade já utilizava a energia solar de diversas maneiras, ainda que seja de forma passiva.
Em relação à energia fotovoltaica, o primeiro contato da humanidade com esse termo foi feito pelo físico francês Becquerel, tendo evoluído com o decorrer dos anos até chegarmos ao patamar atual de expansão do uso fotovoltaico para fins de obtenção de energia renovável.
1839 – Descoberta do efeito fotovoltaico
Alexandre-Edmond Becquerel, um físico francês, descobriu o efeito fotovoltaico ao perceber que a eletricidade era emitida seguindo as reações químicas por meio da luz. Assim, conduziu a construção da técnica de actinometria química, a qual permite a medição de radiações eletromagnética pela quantificação do número de fótons incidentes e transmitidos.
O físico realizou um experimento com cloreto de prata imerso em uma solução ácida, gerando uma corrente quando iluminada. Podemos, então, considerar esta a origem da energia solar.
1883 – Criação da primeira célula fotovoltaica
Charles Fritts, um inventor de Nova York (EUA), criou a primeira célula fotovoltaica revestindo selênio com uma fina camada de ouro.
Relatado que o módulo produzia uma corrente contínua, constante e de força considerável, essa célula atingiu a taxa de conversão de energia de 1% a 2%. Na época, a descoberta era um avanço para o inventor, mas as células modernas funcionam com uma eficiência de 15% a 20%.
Com isso, Fritts deu início à inovação do painel solar por meio fotovoltaico.
1905 – Einstein e a descoberta do efeito fotoelétrico
Após realizar diversos estudos na área, Einstein concluiu que os elétrons são emitidos de uma superfície de metal, quando a mesma é atingida por luz de frequência suficientemente alta.
Assim, resultando no conceito de efeito fotoelétrico. Em razão disso, no ano de 1923, o físico ganhou seu primeiro Prêmio Nobel, tornando a técnica responsável na consolidação da energia solar.
É de extrema importância entender que o efeito fotoelétrico difere do efeito fotovoltaico. Enquanto o primeiro emite elétrons do material, o segundo proporciona o surgimento de uma tensão.
1930 – Schottky e a teoria do efeito fotovoltaico
Walter Schottky foi um físico suíço que criou a denominada célula fotovoltaica com material de mono-silício prático.
Entretanto, a respectiva técnica foi utilizada apenas em 1954, no processo de dopagem de silício elaborado pelo químico Calvin Fuller – mesmo ano em que foi criada a denominada célula solar moderna pelo cientista Russell Shoemaker Ohl, iniciada a sua utilização em 1958.
1994 – Criação da primeira célula solar com 30% de eficiência de conversão
O National Renewable Energy Laboratory (EUA) criou uma célula que concentra 180 sóis de gálio fosforeto de índio/arsenieto de gálio, superando em 30% a eficiência de conversão. Diferentemente das células produzidas anteriormente, sendo a de silício amorfo com eficiência de 1,1% e filme fino de 15,89%. Resultando, assim, na capacidade fotovoltaica instalada no mundo atingir 1.000 MWp no ano de 1999.
2000 – Utilização de sistemas fotovoltaicos conectados à rede
Foram criados os primeiros sistemas fotovoltaicos conectados à rede (on-grid). Nessa modalidade de geração de energia, há placas solares e inversores ligados à rede da concessionária de energia elétrica.
Assim, diante do sistema on-grind, é possível utilizar o sistema de compensação estabelecido pela ANEEL. Após o desenvolvimento desse sistema, a produção mundial alcançou a marca de 4.200 MWp.
2011 – Expansão da comercialização de módulo fotovoltaico na China
Depois da humanidade alcançar 40% de eficiência de módulos de conversão solar, tal feito impulsionou a expansão das fábricas chinesas voltados para produção dos referidos módulos.
Com isso, os custos de fabricação se tornaram mais acessíveis, impulsionando ainda mais o uso de microgeração e minigeração por intermédio de energia fotovoltaica.
A energia solar brasileira nos dias atuais
2012 – Regulamentação da RN 482/12 pela ANEEL
No Brasil, a Resolução Normativa n. 482/12 foi instituída pela ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), a qual estabelece as condições gerais para o acesso de microgeração e minigeração distribuída aos sistemas de distribuição de energia elétrica, o sistema de compensação de energia elétrica, além de outras providências.
2019 – O mercado de energia solar fotovoltaica brasileira bate recorde
A energia solar fotovoltaica bateu recorde de crescimento no ano de 2019, proporcionando crescimento de 212% e 110.997 sistemas instalados, de acordo com notícia publicada pela ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica). Aquecendo o mercado, o investimento total do respectivo crescimento resultou na movimentação de R$ 4,8 bilhões no país.
2021 – Expansão do mercado de energia solar em razão da crise energética no Brasil
Ainda que o uso de energia renovável resulte em benefícios à sociedade e ao meio ambiente, a crise energética é uma das razões do Brasil estar adotando, cada vez mais, pelo setor de energia solar. O crescimento dos investimentos em utilização de energia renovável na busca de uma alternativa para suprir os efeitos da crise, o país encontrou a saída na geração de energia própria por meios renováveis – mais especificamente, na energia solar obtida por meio fotovoltaico ou térmico.
2022 – Sancionada a lei de taxação da energia solar
A Lei n. 14.300/2022, sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro no dia 7 de janeiro de 2022, estabelece a regulamentação da microgeração e minigeração distribuída, o Sistema de Compensação de Energia Elétrica (SCEE) e o Programa de Energia Renovável Social (PERS). Em razão da expansão do mercado de energia renovável, e mais especificamente da energia solar, surgiu a necessidade de regulamentação dos meios de geração e distribuição.
Diante dos fatos acima expostos, é nítido que, desde a sua a origem, a energia solar foi utilizada de forma passiva (construções antigas utilizando a luz do sol como orientação) ou após a criação de células fotovoltaicas e o constante crescimento do mercado de energia fotovoltaica. O mundo tende a evoluir e utilizar, cada vez mais, a energia solar como forma de obtenção de energia limpa e renovável – até mesmo advindo do espaço.