O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, revelou novos pormenores sobre o tão aguardado programa de descarbonização da Amazônia, durante sua participação em um fórum realizado em Lisboa, Portugal.
De acordo com suas declarações, o objetivo principal dessa iniciativa é reduzir a dependência da geração de energia a partir de óleo diesel em 40% na região amazônica até o ano de 2026, substituindo-a por fontes renováveis como energia solar e biodiesel.
Segundo dados fornecidos pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), aproximadamente 3 milhões de pessoas na Amazônia Legal dependem dos sistemas isolados, sendo que a maioria são consumidores residenciais. Esses sistemas são principalmente abastecidos por termelétricas movidas a óleo diesel.
O fornecimento de energia nessas regiões é mais dispendioso devido à logística envolvida no transporte dos combustíveis. A fim de evitar que os custos de energia se tornem proibitivos para essa parcela da população, os gastos com a geração são rateados entre todos os consumidores do país.
A Conta de Consumo de Combustíveis (CCC) é responsável por financiar a energia consumida pelos sistemas isolados, e estima-se que seu custo alcance cerca de R$ 12 bilhões este ano. Apesar do valor expressivo, o consumo dos sistemas isolados representa apenas 0,6% do consumo nacional, enquanto a população dessas localidades corresponde a apenas 1,4% da população total brasileira.
De acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o estado do Amazonas é responsável por 75% do orçamento anual da CCC, seguido por Roraima com 11% e o Pará com 6%. Os demais estados contemplados são Rondônia, Acre e Amapá, que dividem o restante do orçamento.
A implementação de painéis solares em larga escala permitirá aproveitar plenamente a abundância de luz solar característica da região, suprindo a demanda energética dos sistemas isolados. Essa estratégia se alinha ao objetivo central do programa de descarbonização da Amazônia, visando reduzir significativamente a dependência do diesel e mitigar os impactos ambientais associados a essa matriz energética.