A geração de energia a partir de fontes renováveis se tornou uma alternativa importante para suprir a demanda energética no Brasil e em todo o mundo. Segundo a IRENA (Agência Internacional de Energia Renovável) a capacidade global de geração renovável totalizou 3.064 GW até o final de 2021, aumentando o estoque de energia renovável em 9,1%.
A energia solar liderou esse crescimento, com um aumento de 19% da sua capacidade de geração. Essa é uma tendência que vêm se consolidando cada vez mais nos últimos anos, já que a tecnologia para obter energia solar é atrativa, relativamente acessível e muito econômica.
Confira a seguir quais os principais produtores no mundo, e qual a posição do Brasil no ranking. Boa leitura!
Quais os maiores produtores mundiais de energia solar?
A energia solar é uma opção muito eficiente para a geração de energia elétrica. Nos últimos anos o mercado tem buscado se adaptar para viabilizar a obtenção dos seus equipamentos e instalação (através de linhas de financiamento, principalmente).
Essa forma de produção de energia se tornou uma escolha muito visada, tanto por governos quanto por consumidores que buscam reduzir os custos na geração de eletricidade e têm preocupação com relação aos impactos ambientais.
O Brasil aparece em 13º lugar no ranking mundial de produtores de energia solar. Apesar de não ter uma colocação tão notável, nosso país ainda tem muito potencial de crescimento no que diz respeito a essa tecnologia, levando em conta os altos índices de irradiação que recebe durante todo o ano. Sendo assim, pode vir a se tornar um líder na geração de energia sustentável nas próximas décadas.
O topo do ranking é liderado com folga pela China, que ocupa o primeiro lugar com cerca de 306 GW, segundo as informações mais recentes. Confira o ranking completo a seguir:
1º – China (306,4 GW de capacidade acumulada)
2º – Estados Unidos (93,7 GW)
3º – Japão (74,1 GW)
4º – Alemanha (58,4 GW)
5º – Índia (49,4 GW)
6º – Itália (22,6 GW)
7º – Austrália (19 GW)
8º – Coréia do Sul (18,1 GW)
9º – Vietnã (16,6 GW)
10º – França (14,7 GW)
11º – Holanda (14,2 GW)
12º – Reino Unido (13,7 GW)
13º – Brasil (13,6 GW)
14º – Espanha (13,4 GW)
15º – Ucrânia (8 GW)
16º – Turquia (7,8 GW)
17º – Taiwan (7,7 GW)
18º- México (7 GW)
19º – Bélgica (6,5 GW)
20º – Polônia (6,2 GW)
Apesar da colocação do Brasil no ranking não parecer tão positiva, outros dados mostram sua evolução quanto à energia solar com mais detalhes. Confira a seguir.
O Brasil é o 4º país com maior crescimento
Nesse último ranking, o Brasil subiu uma posição em relação ao anterior. Esse crescimento é o responsável em tornar o Brasil o 4º país que mais cresceu em relação à sua capacidade instalada no ano passado, o que é fruto dos 5,7 GW adicionados no ano de 2021. Esses dados são de um levantamento feito pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), com base em dados atualizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e publicações recentes da Agência Internacional de Energias Renováveis.
Além do ranking, os dados consideram a somatória das grandes usinas solares brasileiras com os sistemas de geração própria de energia em telhados, fachadas e pequenos terrenos.
Hoje se faz mais importante do que nunca reconhecer a importância do investimento em novas formas de energia, buscando alternativas que sejam mais viáveis e ecologicamente conscientes. O Brasil tem condições extremamente favoráveis para aumentar a sua capacidade instalada de energia solar fotovoltaica.
Mesmo países que contam com índices de radiação solar inferiores às regiões mais próximas ao trópico conseguem explorar a energia solar. Esse é o caso da Alemanha, por exemplo, país europeu com maior capacidade instalada de painéis solares e que gera muito mais energia solar que o Brasil, mesmo o nosso sendo um país tropical.
É inegável que a energia solar no Brasil teve grandes avanços nos últimos anos. No entanto, é preciso considerar que nosso país é detentor de um dos melhores recursos solares do planeta, e ainda assim continua atrasado no uso da geração própria de energia solar em relação aos outros países. Dos mais de 89 milhões de consumidores de energia elétrica do país, apenas 1,3% faz uso do sol para produzir eletricidade limpa e renovável.
Apesar disso, espera-se que o Brasil corra atrás do tempo perdido nos próximos anos, já que o crescimento do setor de energia solar já recebeu um impulso inicial e as vantagens dessa forma de geração de energia já estão sendo melhor difundidas.
Quer saber mais sobre o futuro da energia solar no Brasil? Confira mais detalhes a seguir.
Expectativas para os próximos anos
Segundo Rodrigo Sauaia, CEO da ABSOLAR, a energia solar fotovoltaica pode ser considerada atualmente a fonte renovável mais competitiva do país. É uma forma de obter o desenvolvimento sustentável, com geração de emprego e renda, atração de investimentos e benefícios para todos os consumidores.
Além disso, é importante para diversificar a matriz elétrica e diminuir a sobrecarga sobre as hidrelétricas, o que se faz necessário uma vez que as crises hídricas estão se tornando mais frequentes.
Um mapeamento realizado pela ABSOLAR indicou que o Brasil já alcançou a marca de 1 milhão de sistemas instalados em telhados, fachadas e pequenos terrenos. São mais de 10 GW de potência instalada em residências, comércios, indústrias, produtores rurais e prédios públicos.
Foram mais de R$ 57,4 bilhões em investimentos privados realizados desde 2012, segundo a entidade, gerando mais de 320 mil empregos acumulados nesse período, em todas as regiões do Brasil. Com isso, houve a arrecadação de mais de R$ 14,3 bilhões aos cofres públicos.
A expectativa é que a energia solar continue crescendo. A procura por equipamentos e instalação de energia solar deverá ser impulsionada pelos aumentos nas tarifas de energia elétrica acima da inflação.
O consumidor que instala um sistema solar fotovoltaico reduz a sua própria conta de energia, mas também a de quem não investiu em um sistema de Geração Distribuída. Com uma menor demanda sobre as hidrelétricas, as bandeiras tarifárias tendem a ser menos utilizadas.
Tudo indica que esse é o melhor momento para se investir em energia solar, justamente por conta dos reajustes tarifários e do período de transição previsto no Marco Legal de Energia (Lei n°14.300/2022), que garante até 2045 a manutenção das regras atuais aos consumidores que instalarem um sistema solar no telhado até janeiro de 2023.
Estimativas de um estudo realizado pela Volt Robotics encomendado pela ABSOLAR apontam que o crescimento da energia solar por meio da geração própria deverá trazer mais de R$ 86,2 bilhões em benefícios sistêmicos no setor elétrico para a sociedade brasileira nos próximos 10 anos. Isso seria o equivalente a uma economia de 5,6% na tarifa na próxima década.
O ano de 2022 tem tudo para ser o melhor ano da energia solar já registrado no Brasil desde 2012. Esse deverá ser o ano com maior crescimento do mercado e do setor na última década.