Portugal concluiu um dos maiores projetos de energia solar de todo o mundo. Assim, diferente de muitas infraestruturas que vemos atualmente, esse conjunto de painéis está flutuando em águas calmas europeias.
Para isso, 2 rebocadores levaram uma grande quantidade de 12 mil painéis solares, o mesmo que 4 campos oficiais de futebol. Dessa forma, com a instalação na cidade de Alqueva, em Portugal, está pronto e em funcionamento o maior parque de energia solar flutuante do continente europeu.
A princípio, sob responsabilidade da EDP, a maior concessionária local, o complexo está no maior lago da Europa Ocidental de origem artificial. Assim, a ilha flutuante brilhante faz parte da estratégia de Portugal de reduzir a necessidade de combustíveis estrangeiros, cujos preços aumentaram desde a guerra entre Ucrânia e Rússia.
Conheça o gigante projeto de energia solar em Portugal
Com iluminação com longas horas de ventos e sol do Atlântico, Portugal adiantou a sua mudança para as energias sustentáveis e renováveis. Contudo, embora o país quase não use materiais russos, as usinas de gás ainda sentem o aumento dos preços de combustíveis.
Assim, Miguel Patena, o diretor da EDP e responsável pelo projeto de energia solar, comentou sobre o assunto. Segundo ele, a geração de eletricidade a partir do parque, com capacidade inicial de 5 megawatts (MW), custa apenas um terço da geração com gás.
Com isso, os painéis de Alqueva, vão gerar energia de cerca de 7,5 gigawatt/hora (GWh) em um período de um ano. Bem como, terão complementos de baterias para armazenar 2 GWh. Por fim, os painéis de energia solar flutuantes irão ajudar 1.500 famílias com energia. Ou seja, por volta de um terço das demandas de cidades vizinhas.
Palavras dos responsáveis pelo projeto
“Até hoje, esse é um dos maiores parques de energia solar em uma hidrelétrica no continente europeu, o que é uma boa notícia”, disse Miguel.
Recentemente, painéis solares ganharam espaço no mar ou lagos em vários lugares. Por exemplo, na Califórnia e em lagoas industriais na China. Dessa forma, o mundo continua na batalha para diminuir a emissão de poluentes.
Os painéis solares flutuantes não precisam de tecnologias caras, pois conseguem se ligar a à rede elétrica local. Além disso, a abundância de energia em dias de sol pode jogar água para o lago para uso em outros dias.
Assim, Ana Marques, uma administradora da área executiva da concessionária, disse que a guerra mostrou a urgência de adiantar a transição para as energias sustentáveis.
Além disso, afirmou que o projeto português enquadra-se no plano da EDP de “ser totalmente verde até 2030”. Por isso, investem na energia solar, hídrica e outras sustentáveis. Dessa forma, elas já representam 78% dos 25,7 GW de capacidade da concessionária.
Por fim, 5 anos atrás, a EDP instalou um teste solar flutuante com mais de 800 painéis em outra barragem. Então, esse foi o 1º no continente a testar como a energia solar e hídrica podem se complementar. Bem como, a concessionária já quer expandir o projeto de Alqueva. Por isso, afirmou em abril a possibilidade de montar um 2º parque flutuante com alta geração de energia.